24.9.06

Ninguém se safa

Acho que não gosto muito de criança.
Não, eu até gosto.
Pensando bem, dependendo da fase, até dá pra agüentar.
Ah, mas se os pais forem demasiado condescendentes, aí fudeu. Bom, algumas se salvam.
Tá, até vai.
É legal observá-las em momentos de descoberta, vide um piá de 4 anos descobrindo a chuva.

O que não dá agüentar é DEZENAS de crianças juntas,ao redor do mote fantástico que é um aniversário de 7 anos. Os decibéis que acompanham os cachorros-quentes e copos de refrisão altíssimos, parecendo mais uma competição de quemtem a voz mais estridente.
Mas algo está reservado aos mais velhos, tipo eu, assim.

TRAGO. Se é liberado, então vale. Fui ao aniversário da filha de meus padrinhos. Um amor, loirinha, olhos azuis límpidos, bem geniosa. Vai dar trabalho. Mas é uma peste, como qualquer criança normal e hiperativa na flor dos sete anos de idade.
O que valeu muito foi tomar umas BEREJAS com o excelentíssimo-senhor-prefeito-compositor-professor FOGAÇA. Não tanto pelas geladas, mas por ver que até ele é coordenado pela mulher. Acho que começo a entender a influência feminina nas maiores decisões da vida de um homem. A primeira-dama é o sinônimo da namorada, esposa, mãe, etc. É quem realmente DÁ AS TINTAS. Além disso, teve...


...


Tá, mãe. Tô indo, mãe.
Sim, sim, já vou desligar.


...


Viram, vou ter que ir dormir. Mas me conheço bem, e sei que não terminarei o texto depois. Até o editor é coordenado por uma mulher.

%@&*&%$*@*¨!!!


22.9.06

Brasil pra quem? Pra mim que não é.

Faltando pouco mais de uma semana para as eleições é inevitável, mesmo para alguém que gostaria de explodir o Congresso Nacional, fazer um balanço não das ações realizadas pela corja de políticos que está no poder, mas dos resultados que a efetivação das mesmas – ou não – têm diante nossos olhos de cidadãos brasileiros.

Nos últimos tempos tenho observado um aumento CRESCENTE de miseráveis. Refiro-me, em especial, àquelas pessoas de rostos marcados e olhares tristes que atravessam a frente do carro em praticamente todas as sinaleiras, àqueles garotos que fumam, cheiram cola e pedem dinheiro nas esquinas ao invés de jogarem futebol. E, também, àqueles senhores que respeitosamente abordam os transeuntes da Rua da Praia a fim de descolar alguns trocados para almoçar. Não há esquina pela qual eu passe sem me deparar com esse nebuloso retrato da situação do país.

Pode parecer clichê, e de fato o é, divagar sobre a miséria do Brasil. Mas ao acompanhar os inflamados discursos em prol da mudança que são bradados aos quatro ventos pela grande maioria dos candidatos, sinto-me na obrigação de mandar um recado: VÃO SE FUDER.

Duvido que alguém esteja REALMENTE preocupado com o prato vazio de uma família de dez pessoas que mora na Vila Farrapos. Ou em qualquer lugar. Nossos representantes desfilam suas imunidades parlamentares adornadas por caros ternos italianos, em carros importados guiados por motoristas que nem ouvem nem vêem nada do que acontece à sua volta. Estão mais preocupados em garantir seus quinze salários astronômicos, seus benefícios exorbitantes, seus bens materiais proibitivos à maioria da população. Duvido que, em meio a uma humilde viagem de férias ao Caribe, algum destes RATOS pensem na verdadeira situação diária de miséria que a maioria dos brasileiros se encontra atualmente.

A pergunta que não quer calar é: em quem devo votar para evitar que essa MERDA continue? A resposta eu não sei. Gostaria de saber mas, pessoalmente, conheço apenas um político, e ele nem é candidato nestas eleições. Escolher o menos pior, na minha opinião, é tentar ser o menos pior possível. E isso não me serve. Se te serve, vai lá. Votarei nulo e plenamente consciente do que estou fazendo. Não estou sendo omisso tampouco fugindo do meu “dever de cidadão”. Não considero o voto a ação máxima de cidadania que alguém possa exercer. Isso é hipocrisia. Pura demagogia dos conformistas infectados pela mediocridade midiática que polui rádios, TV e jornais todos os dias, dia após dia.

Que tal se o povo fosse às ruas reivindicar por seus direitos? Que tal se nós simplesmente disséssemos não aos impostos abusivos? Que tal se não mais consumíssemos a política enlatada e podre enviada às toneladas para todos os cantos do país?

Talvez seja utopia mas eu farei a minha parte, dizendo não para essa esmola que se chama voto. A não ser que algum político me convença pessoalmente de que é um bom profissional, mostrando-me seu portfolio de boas ações realizadas em prol do bem-estar público. Por enquanto, está tudo mundo DEMITIDO.

18.9.06

A Máfia do T8

Como todo garoto, aos 15 anos um dos meus principais sonhos era o de possuir um veículo automotivo, que me facilitasse a vida no que concerne ao deslocamento, agilidade e sexo. Afinal de contas, qual o guri que não se imagina acelerando fundo para costurar o trânsito quando vai “esquentar” o carro do pai em uma manhã fria de inverno? Sem contar a realização de levar uma garota pra sair, buscá-la em casa, embocar num motel e sair feliz da vida, sem táxi, sem ônibus, sem lotação, sem sola de sapato.

Dez anos depois e eu tenho outros sonhos. Gostaria de morar pertíssimo do meu trabalho para caminhar tranqüilamente pelas ruas enquanto meu MP3 player define a trilha sonora dos meus pensamentos. Atualmente aponto o trânsito como um dos grandes responsáveis pelo meu alto nível de indignação com a cidade. O que mais passa pela minha cabeça é: do que adianta ter eu aprendido a dirigir se os outros não sabem?

Eu poderia aqui relatar uma imensurável lista de barbaritudes às quais estou diariamente exposto a partir do momento que viro a chave na ignição. Mas vou me poupar e ao leitor dessas coisas desagradáveis. Já basta o que acontece, pra quê ficar lembrando?

Mas o que mais me indigna é o fato de que a CARRIS (Ênio, é aquela do T9) possui em seu mural de colaboradores uma lista de placas de carro que devem ser achincalhados sem piedade pelos trambolhos que são os TÊS. Três meses atrás um deles DETONOU a lateral direita do meu bólido. Dois meses atrás um deles arrancou meu retrovisor. Um mês atrás um motorista jogou uma lata de refrigerante pela janela que QUASE acertou meu pára-brisa, se eu não tivesse um reflexo apurado. E só nesta semana, que começou ontem, dois deles simplesmente cortaram a minha frente, sendo que um deles ainda me mandou uma BANANA.

Infelizmente não há nada que possa ser feito. Eles são maiores, mais numerosos e muito mais trogloditas que eu, em meu Gol primeira geração. Por isso devo evitar confrontos diretos. Por isso vocês devem evitar confrontos diretos. Cuidado com a máfia do T8, eles são terríveis.