Há alguns poucos milhares de anos atrás um faraó recém empossado de seu cargo divinesco voltou-se contra os filhos de Israel e iniciou uma ditadura brutal sobre este povo, mandando-lhe aos trabalhos forçados e imprimindo condições de vida miseráveis. Eram os filhos de Israel responsáveis pela construção das cidades egípcias. E convenhamos, não devia ser nada mole carregar gigantescos blocos de pedra areia afora para erguer as suntuosas pirâmides que abrigavam a nobreza do antigo Egito. A coisa ficou preta pros caras até que nasceu Moisés, o salvador. Abandonado pela mãe – não, ela não era uma mãe desnaturada, apenas tentava salvar seu filho da perseguição por bebês depois de anunciada a profecia de que entre os hebreus (acho que era essa a denominação na época) surgiria aquele que libertaria o povo da tirania do faraó – acabou sendo criado como filho do próprio. Acontece que o cara cresceu, forte e saudável, descobriu suas origens e se revoltou contra o “pai”. Matou um egípcio – baita crime hediondo na época – e fugiu para o deserto. Virou criador de cabras, casou, caiu na real, voltou pra cidade, lançou as pragas, juntou a galera e cumpriu a profecia, conduzindo o povo de Israel através do mar vermelho.
Tá, depois desse belo resgate histórico e bíblico, eu chego a uma conclusão sobre a palavra “êxodo”, nome dado a esta escapulida hebraica da terra do Tutankâmon. É a libertação, em sua mais pura significação. É deixar-se seguir livre, cortar as amarras com a terra em que nascemos, deixar pra trás tudo o que conhecemos em busca de uma terra prometida, de perspectivas desconhecidas, de planos por fazer, pessoas por conhecer, sonhos a sonhar. É muita gente se dando conta que as coisas como estão não vão continuar rolando assim. É fechar o livro e começar a escrever outro. Mas o que é mais importante: nunca esquecer a verdadeira essência, o seu “eu”. Quem somos podemos até não saber direito, mas depois de vinte e poucos ou tantos anos já dá pra ter uma idéia. Até porque se a vida é um processo evolutivo, nada mais lógico que o presente e o futuro agreguem coisas ao nosso passado, que vai sempre existir independente de qualquer coisa. Mas pra onde vamos?
Pra onde vou eu ainda não sei. Agora estou aqui, escrevendo esse texto. E daqui a pouco estarei em uma despedida, mais uma entre tantas que têm acontecido nos últimos meses. Meus amigos estão indo embora. Muitos deles. Um êxodo em busca de novos ares, novas línguas – ou dialetos, novos trabalhos, novas pessoas, etc. Se a terra é prometida eu não sei dizer. Mas a vontade de vencer e de ser feliz é muito maior que o medo do desconhecido que os espera no saguão de um aeroporto muito longe daqui. As pessoas podem ser escravas de suas próprias vontades, mas nunca de um lugar.
Um dia chegará minha vez de dizer adeus também. Mas a saudade eu já sinto. Destes amigos que já foram, dos que estão indo e dos que eu vou deixar pra trás quando quiser correr o mundo. O bom da vida é que como as situações são efêmeras mas os sentimentos não, tudo não passará de um até logo. Adeus, nunca. A gente se vê por aí, gurizada. Amanhã ou daqui a um bom tempo. O importante é que amigos serão sempre, e acima de tudo, amigos.
Um comentário:
Ohhhh!
È melhor você estudar um pouco de história universal. Isso evitaria que o analfa, fizesse um coment´pario tão idiota, sobre a civilização mais resplandescente da antiguidade.
Tirano, xenófobo e invasor de escrúpulos foi o tal de Moshe ou Moisés pros íntimos. Para tal conclusão BASTA ker o livro de Exodo com olhos de lógica e você vai descobrir que tirano foi ele próprio.
Mauro
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