Estava perambulando pelo supermercado em um dia desses quando encontrei uma amiga no setor de higiene pessoal. Notei que ela estava com várias marcas de xampu na mão, parecendo bastante indecisa quanto ao que ela levaria para casa. Me aproximei e cumprimentei-a com um beijo no rosto. Mal haviam sido trocadas as saudações e ela me dispara, de supetão, a pergunta que daria a razão de existir deste texto:
- Tu sabia que a queratina que tem nestes xampus vem das baratas?
Putz, não sabia. Na verdade, nunca cheguei a pensar da onde vem a famosa queratina, que garante muito mais vida aos cabelos. Mas diante de tamanha perplexidade minha ela explicou que é a queratina que faz das baratas bichos tão resistentes. De um ponto de vista mais pragmático, todo mundo passa meleca de barata na cabeça pra ficar com o cabelo bonitaço.
Depois disso voltei pra casa pensando seriamente na possibilidade de muitas, muitas pessoas passarem meleca de barata na cabeça. Todo mundo sabe, ou deveria saber, quando falamos em baratas, que no caso de uma catástrofe nuclear, elas seriam as únicas sobreviventes. Pois bem, depois de um tanto elas adquiririam inteligência suficiente para arquitetar um plano de dominar a raça humana, afinal de contas, todos parecem querer isso, não?
Sabendo que muitas pessoas passam sua meleca na cabeça, as baratas começariam uma série de pesquisas para desenvolver um vírus não letal que seria disseminada através da queratina. Este vírus, transmitido pelo xampu, transformaria as pessoas em semi-baratas, dando crédito à metamorfose de Franz Kafka. Haveriam grandes campanhas publicitárias para instigar o uso dos xampus a base de queratina, as pessoas comprariam mais e mais, desenfreadamente, pois um dos sintomas do vírus seria o ato de consumo de todos os produtos a base de queratina produzido pelas baratas.
Chegaria um ponto que as baratas formariam um império, haveria uma grande barata rainha que centralizaria todo o poder e informação do império, o povo seria servo de suas vontades e a humanidade estaria, definitivamente perdida, pois uma vez que a queratina fizesse parte do dna humano, elas poderiam iniciar sucessivos ataques nucleares para exterminar a parcela da raça humana que não estivesse sob seu domínio, dando o pontapé que faltava para uma nova era, suja e melequenta, a base de queratina, e ERA DAS BARATAS. Aposto que Kafka nunca pensou nisso. E eu, diante de tantas possibilidades, vou tratar de raspar minha cabeça e comprar xampu neutro para minha família.
4 comentários:
pra quem coloca formol na cabeça, um pouquinho de barata não é nada.
vou experimentar, depois te conto como é.
eu tinha dado essa morta pra galera faz algum tempo. pq tu acha que as baratas são tão brilhosas?
mais uma informação útil: essa queratina extraída das baratas também é base para manter a estrutura difícil de derreter dos bombons. quando vir baratas perambulando pela sua casa, pense que são apenas sonhos de valsa pedindo para serem consumidos.
Mas que nojo!
Isso inclui Ferrero Rocher?
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