24.3.06

Pra não dizer que não falei de amor

Impossível viver e não lidar com a existência do amor – ou falta dele - a partir do momento que fazemos coisas que exigem nossa dedicação, seja um trabalho de faculdade, ir para a agência – ou para o escritório, fábrica, etc. – e as nossas relações sociais. Para fazer um ótimo trabalho, precisamos de técnica, competência e dedicação. Para fazer um trabalho fora de série, magnífico, sem precedentes, além do talento, precisamos de amor. É fato que pessoas apaixonadas vivem melhor, trabalham melhor, parecem melhores. O amor transforma, reanima, reacende, é importante, é inerente à existência. Mas quanto costuma durar um amor?

Costumam dizer que amor de pai é mãe é eterno. Eu digo que não. Pelo menos no que concerne meu pai – do qual quero apenas distância, longa distância. Amo minha mãe e tenho certeza que vou amar sempre, assim como ela, embora eu seja um tremendo grosso filho da puta achacador de dinheiros. Tá, mas não é pra falar da minha mamãezinha que eu estou escrevendo.

O amor incondicional é efêmero. Quando alguém ama outro alguém de forma passional, é efêmero. Me parece que a coisa é tão intensa que uma hora murcha. Não, não estou falando de casamentos duradouros, daqueles que comemoram bodas de ADAMANTIUM, entre bisnetos e dentaduras frouxas. Casamento não tem nada a ver com amor. Ok, ok, no começo tudo são flores, coisa de pele, aquele grude. Paixão. Fogo. Não tem nada ver com amor. O amor vem com o tempo. E acaba com ele também. É impossível amar alguém que tu não conhece bem. E é impossível amar se não existe o mínimo de percepção sobre a mutabilidade constante do ser humano. Estamos em constante aprendizado, evolução, decadência, não importa. Não somos os mesmos, dias após dias. Sempre haverá um filme, livro, uma música, uma coisa que alguém fala e nos deixa catatônicos, hipnotizados, pensando apenas “minha vida não será a mesma depois disso”. E isso não significa deixar de lado valores, princípios ou sentimentos. É simplesmente uma nova maneira de enxergar as coisas. Existem muitas formas de ver. Tem gente que se fecha para outros pontos de vida e acaba vivendo dentro de uma redoma, gerada pela própria ignorância em não querer descobrir o que existe fora do alcance do mundo que vive. Isso me lembra muito a alegoria da caverna, de Platão , que não comentarei em razão do bom senso.

Se fechar para o mundo é negligenciar o amor, pois saber conhecer o mundo é uma forma de amar a própria vida. Pessoas que não aceitam a verdade que não lhes pertence exclusivamente não merecem amar, portanto, não merecem ser amadas. Negar a mudança do próximo é negar o próprio conhecimento. Recusar as tentativas de salvação presentes nos gestos mais simples é recusar o próprio amor, em todos os seus níveis.

Não acredito muito no bom senso da humanidade. Cada vez mais tenho provas – que não caberiam aqui se enumeradas - de que ele é cada vez mais raro. Cada vez mais acredito na efemeridade das relações amorosas. Mas haverá alguém que perguntará “mas tu não ama os teus amigos, tua mãe, a música, tua vida, cabrón?”.

Não, eu sou simples e completamente apaixonado por tudo isso.

7 comentários:

Anônimo disse...

PAIXÃO = PATOS = PATOLOGIA = DOENÇA

AMOR = AMOR

A Paixão nos cega e confunde. O amor não. O amor é certeiro, não nos deixa em dúvidas. Se tu deixa de amar alguém, não era amor, era paixão. O amor se guarda lá o fundo do coração e nos faz perdoar a quem amamos, pois este sentimento é maior que tudo, acima de qualquer dúvida.

Enfim... resumindo... é mais ou menos isso...

leomereu disse...

e se não é uma coisa nem outra então é pura enrolação.

Anônimo disse...

acho que no meu caso fui enrolada.

Luciana Saraiva disse...

Procura fazer tudo na tua vida com amor, mesmo que as vezes as pessoas não mereçam. Isso demonstra amor próprio.
Acho que entendo a situação pela qual tu tá passando e sei que é difícil, e sei que tu vai repensar muitas coisas umas 300 vezes. Mas tenha uma certeza: se tu sabe que fez o que podia, pode ficar tranquilo.
Seres humanos não são faceis, nem em termos de relacionamentos, nem de amizade, nem de família...mas tudo há de acabar bem. E nunca esquece que os amigos tão aí pra quando tu precisar ;)
Beijos

Anônimo disse...

O amor não é efemero...
O amor de verdade não morre, ele apenas dorme.
E eu aprendi isso contigo.
Beijoka

Anônimo disse...

opa. alguem ganhou um cu.

Anônimo disse...

ôpa, alguém tá interessado pelo jeito...