16.3.06

Protocolo pra quê, seu?

Faltou um maldito crédito para completar os trinta e sete necessários para que eu forme ainda neste semestre. Tentei ajustar aqui e ali, fosse no site da UFRGS, na secretaria ou na COMGRAD. Nada. Me negaram o ARRÊGO em todas as instâncias. Desesperado, quase conformado com a possibilidade de virar bacharel apenas no final do ano, fui até o DECORDI em busca da última tentativa. O parceiro para essa bravata foi o Zé, igualmente fodido, que precisava de quatro créditos. NO DECORDI uma simpática ruivinha me disse que eu poderia reaproveitar os créditos das cadeiras que fiz quando cursava RP. “Até que esse curso serviu pra alguma coisa”, pensei em voz alta. Resolvi solicitar a liberação de doze, o mesmo número de créditos de eletivas que estou cursando agora. Se funcionar, tratarei de cancelar todas pra me dedicar apenas à monografia. Ou seja, em tese ficarei BEM BAIXADO.

Requerimento preenchido, fomos encaminhados ao senhor PROTOCOLO GERAL DA UFRGS. Defronte ao único guichê aberto, esperei cerca de 4 minutos até que o senhor funcionário terminasse de preencher algo que parecia um volante de loteria. Prefiro acreditar que era outra coisa mais PROTOCOLAR. Entreguei meu requerimento e me preparei para ouvir um dos diálogos mais insólitos da semana.

Eu – Preciso entregar esse histórico também?
Funcionário – Não sei. Ô Rê, tem que entregar o histórico também?
Rê – Não sei. O que diz aí?
Funcionário – Onde, Rê?
Rê – No requerimento.
Funcionário – Deixa eu ver...ah, é. Tem que entregar o histórico e o atestado.
Eu – Tá, o histórico já está aí na tua mão. Mas que atestado é esse?
Funcionário – Bá, num sei. Rê, que atestado é esse?
Rê – Atestado? Hummm, não sei.
Funcionário – É, cara. Eu não sei. Tem que ver lá com o DECORDI.
Eu – Mas eu acabei de vir de lá. A guria me disse que era só entregar o requerimento.
Funcionário – Ah bom, se eles disseram então tá bom.
Eu – E qual é a previsão pro resultado do processo?
Funcionário – Ah, não sei. Tem que ver lá com o DECORDI.

Nesse momento o Zé me puxou de canto e disse que já sabia como funcionava o esquema, que depois me explicaria. Agradeci ao funcionário e fui embora, pensando na inoperabilidade do sistema público, nesse caso em âmbito FEDERAL. Como deve ser BARBADA ficar ali atrás de um guichê, apenas carimbando papéis e encaminhando processos por números, sem ter a mínima idéia do que se trata, sem fazer nenhuma questão de querer saber o que está fazendo. Oito horinhas de pura MAMATA, com a conivência da Rê, diga-se de passagem.

Se eu perguntasse pro atendimento o que é um BROADSIDE, seria demitido na hora, além de, provavelmente, ouvir uma sonora GAITADA.

3 comentários:

Luciana Saraiva disse...

Eu quero me formar. Se não me formar neste semestre eu largo. Vê se tu te forma comigo, molho.

Anônimo disse...

hei de me formar, milho.

Anônimo disse...

Era eu a ruivinha.